
Transformar células nervosas em células sensíveis à luz, poderá restaurar a visão em alguns pacientes cegos.
Quando os fotorrecetores (recetores sensoriais responsáveis pela visão, conhecidos como cones e bastonetes) falham, devido a lesão ou doença, também a sua visão falha, levando à cegueira.
Poucas são as opções (incluindo aparelhos volumosos e intrusivos) que permitem corrigir estas falhas. Ou pelo menos eram, até há bem pouco tempo. Graças a uma longa investigação, no campo da terapia genética, poderá ser possível restaurar, pelo menos, parcialmente a visão do paciente.
Liderada pelo professor Zhuo-Hua Pan, da universidade Wayne State University em Detroit, nos EUA, esta equipa desenvolveu uma técnica que é parte de um campo científico em crescimento, conhecido como optogenética.
Ao contrário do que se possa pensar, esta técnica não visa recuperar fotorrecetores mortos. Em vez disso, foca-se nas células ganglionares que estão à sua frente. As células ganglionares transportam sinais elétricos, provenientes dos bastonetes e cones para o nervo ótico, que, por sua vez, transporta a informação para o cérebro.
Com base nesta investigação, os cientistas descobriram que é possível controlar a função das células ganglionares, por inserção de moléculas sensíveis à luz (derivadas de algas e outros microrganismos) e, em seguida, emitir comprimentos de onda de luz específicos, na sua direção.
Em específico, foram inseridas moléculas de Channelrhodopsin-2, ou ChR2 nas membranas celulares do gânglio.
No escuro, a proteína permanece fechada, mas quando exposta à luz (com comprimento de onda azul) esta abre um canal, através do qual os iões podem fluir e acionar as células, em torno dela, para fazerem o mesmo.
Embora a optogenética seja uma técnica de terapia genética, esta funciona de forma muito diferente de técnicas como a CRISPR-Cas9, por exemplo. Da qual tanto se tem especulado, ultimamente.
Ao contrário da CRISPR-Cas9, em vez de editar um gene específico (ou conjunto de genes), para reativar as funções dos fotorrecetores, esta técnica simplesmente converte as células transmissoras em células sensíveis à luz.
Desta forma é possível contornar as questões, de ordem ética e moral, que rondam o tema da terapêutica genética convencional. Além disso, a técnica poderá ser aplicada aos milhões de pacientes, por todo o mundo, que sofrem de cegueira, causada por qualquer uma das 250 mutações genéticas conhecidas.
Embora parcial esta solução pudera ajudar milhares de pacientes em todo o mundo, dentro de um prazo relativamente curto, visto que os testes em seres humanos devem começar já no início do próximo ano.
Via: engadget
FONTE: Science News
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